Como seria pilotar uma motocicleta feita para a polícia? Sirene, luzes de perseguição e um alto falante, recursos que fazem os veículos a sua frente abrirem passagem, mesmo sem a habitual farda utilizada pelos homens da lei. Elas sempre chegam à frente nas ocorrências, ou simplesmente escoltam, cheias de estilo, personalidades importantes em passagem pelo Brasil. É comum vê-las pelas ruas ou em eventos importantes, mas, afinal, quais são as diferenças existentes nessas motos oficiais? E quem as utiliza?
Para responder essas questões rodamos quase 300 quilômetros com a Harley Davidson Road King Police, pouco antes de ela ser entregue ao 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo. “Repare que ela tem uma bateria extra para funcionar as luzes, o alto-falante e a sirene e o banco é outro, muito mais confortável”, contava o funcionário da HD Brasil antes de me emprestar a Road King Police. Com essas simples palavras ele explicou toda a diferença entre o modelo original e a moto que chega às mãos dos nossos policiais.
Motor Twin Cam 103 e ciclística
O motor que equipa a Road King Police é o Twin Cam 103. Refrigerado a ar e com 1.690 cm³, esse propulsor atende bem aos anseios do motociclista estradeiro, bem como de uma escolta policial. Afinal, são 13,9 kgf.m já nas 3.500 rotações. Todavia, o nível de vibração é alto e, se não fosse o banco especial (com amortecedores pneumáticos) que equipa essa versão, o piloto sofreria ao longo dos quilômetros acumulados. A Road King Police ainda conta com transmissão de seis velocidades, acelerador eletrônico sem cabos e freios com ABS.
Aliás, mesmo com a grife Brembo e o auxílio da eletrônica (ABS), os freios se mostraram pouco eficientes. O piloto sentirá necessidade de usar os quatro dedos da mão direita para frear o trem dianteiro da Road King e mesmo assim parece pouco. Os 375 kg em ordem de marcha exigem do condutor uma frenagem simultânea entre o disco duplo (com 300 mm de diâmetro e pinça fixa de quatro pistões) na dianteira e o disco simples (com 300 mm de diâmetro com pinça fixa de quatro pistões) na traseira.
Já o conjunto de suspensões trabalhou bem. Tanto o garfo telescópico quanto a balança bichoque com dois amortecedores e molas ajustáveis respondem a altura dos grandes obstáculos encontrados pelas esburacadas ruas do Brasil. Mesmo na cidade, onde o asfalto é pior, as suspensões da Road King se mostraram eficientes, diferente dos freios.
Patrulha eficiente, passeio com estilo
A bordo da Road King o piloto (ou policial) não conseguirá mudar rápido de direção, nem realizar uma perseguição que exija reviravoltas e saltos, mas com certeza estará apto a escoltar as personalidades mais importantes do mundo — ou fazer um passeio cheio de estilo. O assento tem regulagem ajustável e os pneus contam com talões de retenção reforçados, projetados para permanecer na roda mesmo que ocorra perda repentina de pressão.
Os comandos policiais, diferenciais dessa versão, são facilmente visíveis nos punhos de comando. Basta “acessar” o punho esquerdo e o direito para ligar as luzes de perseguição, o alto-falante, ou mesmo colocar a potente sirene para funcionar, o que fará todos ao redor olharem espantados e com um respeito incomum se tratando de uma motocicleta.
Quem também contribui para o estilo imponente da Road King Police são as malas laterais. De fácil acesso, já que não são trancadas com chave, as malas são companheiras fiéis dos policiais, que deixam desde o bloco de multas, até a arma que pode ser usada na ocorrência. O baú traseiro não leva carga, apenas acomoda uma bateria extra, instalada para que o sistema extra de iluminação e sinalização não prejudique a partida do motor e o funcionamento da moto.
A Road King Classic é comercializada no Brasil por R$ 56.000, mas, claro, não vem equipada com os acessórios da polícia.
Motos da Polícia
“Se não tivéssemos as motos, numa cidade como São Paulo, nós dificilmente conseguiríamos chegar até as ocorrências na velocidade que a população necessita”, diz o delegado supervisor Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) da Polícia Civil, Roberto Krasovic, explicando que além de chegar na frente, as motos organizam e posicionam as viaturas de quatro rodas da polícia. Com certeza as motocicletas são imprescindíveis no combate aos crimes, mas quais são os modelos mais utilizados pela Polícia Civil e Militar?
Uma das motos mais utilizadas é a Yamaha XT 660R. Polícia Militar, Civil e o Comando de Policiamento de Trânsito do Estado de São Paulo dispõem deste modelo para realizar suas patrulhas. “Ficamos com duas motos da BMW para testes, mas hoje só temos a Yamaha XTZ Lander e a XT 660R”, explica o Major Joselito Sarmento de Oliveira Junior, chefe da Divisão do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran). Além das motocicletas da Yamaha, é comum ver pelas ruas modelos da Honda — como a XRE 300 e a XL 700V Transalp, por exemplo — e da própria Harley-Davidson, caso da Electra Glide Police.
Ficha Técnica
Harley-Davidson Road King:
Motor 2 cilindros em V / 2 válvulas por cilindro
Refrigeração A ar com radiador de óleo
Capacidade 1 690 cm³
Alimentação Injeção eletrônica
Potência máxima n/d
Torque máximo 13,9 kgf.m a 3.500 rpm
Câmbio 6 velocidades
Transmissão final Correia dentada
Partida Elétrica
Comprimento total 2.400 mm
Largura total 953 mm
Altura total 1.400 mm
Distância entre eixos 1.625 mm
Peso a seco 355 kg
Altura assento 735 mm
Freio dianteiro discos duplos Brembo de 300 mm de diâmetro com pinça fixa de 4 pistões, ABS de série
Freio traseiro disco simples de 300 mm de diâmetro com pinça fixa de 4 pistões, ABS de série
Pneu dianteiro 130/90-16
Pneu traseiro 180/65-16
Suspensão dianteira garfo telescópico hidráulico com 41,3 mm de diâmetro e 117 mm de curso
Suspensão traseira balança bichoque com dois amortecedores e molas ajustáveis, com 76 mm de curso
Fotos: Doni Castilho
Uma coleção com 71 motos clássicas e modernas da MV Agusta, produzidas entre 1946 até 2007, será leiloada em agosto pela casa de leilões Mecum Auctions, em Monterey, na Califórnia (EUA).
As motos foram reunidas pelo colecionador Gary Kohs e serão vendidas todas de uma vez em um único lote, que será oferecido para um público seleto.
O acervo possui modelos de 98 a 1000cc que incluem desde máquinas lendárias, como a MV 98cc 3 Velocita de 1946 até edições limitadas da superesportiva F4, como a Tamburini, por exemplo.
A coleção também estará exposta em julho, no autódromo de Laguna Seca, durante os dias de MotoGP e, depois, na própria sede da Mecum Auctions, onde irão ficar até a data do leilão, previsto para acontecer entre os dias 16 e 18 de agosto.
As motos que serão arrematadas podem ser vistas no site da Mecum Auctions que também conta um breve histórico de cada modelo.
Ao contrário da Crosstourer, que também debuta este ano no mercado europeu, a NC700X não vem para engrossar o time das bigtrails de alto desempenho. Vista pela primeira vez na última edição do Salão de Milão em novembro passado, a moto traz o conceito de uma motocicleta divertida para uso diário. E, para completar, o modelo ainda é tido como uma das apostas da Honda a aportar por aqui em breve.
O design não é completamente novo. A NC700X segue as mesmas linhas inauguradas pela Crossrunner e que também acabaram sendo incorporadas na aventureira Crosstourer. Entretanto, um pouco menos robusto, uma vez que uma das características da moto é ser ágil para se deslocar pelo trânsito das grandes cidades. Tendência reforçada pelo guidão alto e pelo assento em dois níveis feitos para oferecer conforto ao piloto e garupa.
Há outro ponto que chama a atenção no projeto da NC700X. No lugar onde normalmente está o tanque de combustível, a Honda optou por criar um espaço semelhante ao que existe embaixo do assento dos scooters. O compartimento é capaz de acomodar um capacete fechado e pode ser usado como substituo dos baús. O tanque de combustível, por sua vez, foi colocado abaixo do banco e tem capacidade para 14 litros.
Trail Tecnológica
Se por fora a NC700X tem o aspecto de uma moto que você já viu antes, por dentro, a coisa muda. A nova Honda está equipada com o mais recente propulsor criado pela marca japonesa. O motor com dois cilindros em linha SOHC (comando único no cabeçote) de 670 cm³ foi usado pela primeira vez no Integra, ainda em sua fase conceitual. Daí o seu tamanho compacto e quase “quadrado”, com diâmetro x curso de 73 x 80 mm.
Capaz de gerar até 51,8 cv de potência máxima a 6.250 rpm, o novo propulsor tem refrigeração líquida e torque máximo de 6,3 kgf.m a 4750 rpm. Potência equilibrada para uso nos centros urbanos, mas que também favorece deslocamentos um pouco mais longos, como de uma cidade a outra.
O conjunto de freios conta com disco de 320mm de diâmetro na roda dianteira com pinça de dois pistões; e de 240mm com pinça de pistão único na traseira. A exemplo de outros modelos da marca, a Honda também disponibiliza uma versão da NC700X equipada com o sistema Combined ABS, presente na VFR 1200F, CB 1000R, entre outros.
A Honda está decididamente investindo em eletrônica embarcada nos seus novos modelos e a NC700X não foge à regra. Além do sistema de freios Combined ABS, a marca disponibiliza ainda uma terceira versão da moto que traz também o já conhecido sistema de embreagem dupla DCT (Dual Clutch Transmission). Em sua segunda geração, o DCT faz com que o câmbio funcione de maneira totalmente automática ou facilita as trocas de marcha por meio de duas borboletas colocadas nos manetes.
Família Reunida
O conceito da NC700X vai além de uma trail divertida para o dia-a-dia. Ela complementa uma família de motos de proposta urbana composta por sua irmã naked NC700S e pelo scooter com cara de motocicleta Integra. Além do motor, as motos apresentam também o mesmo quadro em treliça do tipo diamante.
A estratégia para baratear a produção segue ainda na parte ciclística, afinal os três modelos partilham a mesma balança monoamortecida e garfo telescópico dianteiro. Entretanto o curso da suspensão é diferente, o que ajuda a encaixar cada moto em um segmento diferente. A NC700X, por exemplo, conta com curso de 150 mm na traseira e 153 mm na dianteira.
Por aqui
No último Salão de Tóquio, a Honda do Japão confirmou que os modelos da família NC700 são mundiais e, portanto, poderiam vir para o Brasil. Com a apresentação do conceito Honda Dream, nova estratégia da marca focada nos modelos de alta cilindrada e a boa aceitação das trails médias pelo mercado brasileiro, a NC700X aparece como a opção mais plausível para aportar por aqui entre a sua irmã naked e o scooter Integra.
Especula-se inclusive que ela venha ainda este ano para ser uma opção mais acessível do que a Transalp, uma vez que no mercado europeu a versão top de linha da NC 700X custa cerca de 700 euros a menos do que a Transalp.
Fotos: Divulgação
Confeccionada para trazer segurança aos motociclistas, as jaquetas sempre estiveram em alta. Porém, sempre foram pouco utilizadas por aqueles que estavam em cima de máquinas de menor potência. Além disso, muitas delas não são totalmente impermeáveis, o que deixa o motociclista, muita vezes, enfurecido e com celular, carteira e documentos molhados.
Chega ao mercado de acessórios mais uma opção para aqueles que querem mais que proteção, o lançamento da jaqueta SBK V4. Trata-se de um produto de vestuário de segurança com ótimo custo benefício.
Além de protetores removíveis e várias regulagens por velcro, a jaqueta SBK V4 é confeccionada com material Poliéster 600 D ( Alta resistência a abrasão) e membrana 100% impermeável. Preço sugerido R$229,00
Mais informações: www.sbk.com.br
Depois de superar diversas crises, estando hoje sob a batuta do grupo chinês Qianjiang, a Benelli está decidida a ganhar mercado rapidamente. Esta semana, a marca italiana apresentou o ZenZero, um scooter de 350cc focado no motociclista urbano. O modelo chega ao mercado europeu já em abril com preço sugerido de 3.590 Euros – pouco mais de R$ 8 mil. Com este lançamento, a ideia é mostrar que a fábrica de Pesaro ainda tem força para ocupar seu lugar de destaque entre as fabricantes de motocicletas e scooters mais tradicionais da Europa.
Embora seja o scooter de maior capacidade cúbica disponível no line-up da marca italiana, ele está longe de oferecer a robustez dos modelos recém chegados da Aprilia, com 800cc, e BMW, com 650cc. Entretanto, o ZenZero apresenta algumas características interessantes como a roda dianteira de 16 polegadas, que confere agilidade no trânsito, e, principalmente um preço altamente competitivo.
Além da relação custo-benefício, o ZenZero conta com outros atrativos como o escudo frontal que protege os pés e pernas do piloto, que, em conjunto com a altura de 805 mm do assento, o faz confortável principalmente para as mulheres. Já os faróis grandes com quatro lâmpadas são divididos em dois conjuntos instalados no escudo frontal, que ainda incorpora os piscas.
Simples e confiável
A Benelli já tem tradição em fabricar scooters e conta hoje com seis famílias de produtos, com modelos de 50, 125 e 150cc. Portanto, a marca de Pesaro optou por não inovar drasticamente na mecânica e se manter fiel ao motor monocilíndrico e ao câmbio automático CVT, mas conta com benefícios da injeção eletrônica de combustível.
O propulsor de 313 cm³ gera cerca de 20 cv, potência suficiente para ser ágil no percurso entre casa e trabalho, mas, em contrapartida, um pouco fraco se esse trajeto envolver trechos de estrada e exigir um pouco mais de velocidade e potência do motor.
No quesito frenagem, o scooter italiano também não deixa a desejar. Os freios a disco com 256 mm de diâmetro são adequados às dimensões maiores da roda dianteira para garantir paradas precisas nos trechos urbanos.
Ainda dentro das cidades, o ZenZero oferece alguns outros “mimos” que o tornam um companheiro confiável para as tarefas do dia a dia, como o bagageiro debaixo do assento, capaz de acomodar dois capacetes fechados, o espaço para guardar objetos atrás do escudo frontal e uma fonte de alimentação de 12 Volts, ideal para carregar o celular ou ligar um GPS.
Ganhando espaço
A chegada do ZenZero mostra que a Benelli está realmente disposta a lutar por espaço. Depois de adquirida pelo grupo chinês – cujo nome foi incorporado à marca italiana, que virou Benelli Q.J. – a fábrica de Pesaro encontrou nas baixas cilindradas o caminho para se reerguer e apresentou na última edição do Salão de Milão a Motard 250, cujo foco principal são os mercados emergentes, como Índia e América do Sul.
A América do Sul, entretanto, possui uma importância ainda maior para os negócios da Benelli Q.J. Desde o segundo semestre do ano passado, a marca produz os modelos de alta cilindrada TNT 899, Tre-K 1150, Tre-K Amazonas e Café Racer 1130 na fábrica da Keeway, que fica na Venezuela e que também pertence ao grupo chinês. A marca já foi distribuída no Brasil, mas ainda não há sinais de que os modelos Benelli voltem a ser vendidos no país.
Fotos: Divulgação











